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segunda-feira, 18 de abril de 2011

@ Educação para todos

Por Ana Maria das Dores (*)

No dia 31 de março, alunos do ensino fundamental das escolas municipais de Uberlândia foram liberados 1 hora e 45 minutos mais cedo, para que os diretores (nesse curto espaço de tempo) pudessem repassar aos professores e à equipe pedagógica das escolas o “Acordo de Resultados 2011″ que os mesmos assinaram na Secretaria Municipal de Educação. O presente documento, intitulado como “Termo de Compromisso”, traz indicadores e resultados alcançados pelos alunos da escola em questão nas avaliações dos governos estadual e federal – Proalfa (alfabetização) e Proeb (ensino básico) referentes a 2009, 2010 e traça a metas para 2011.

Até aí, tudo bem. Embora questiono a forma como é avaliada a educação pelo governo (as provas vêm prontas de cima para baixo, são uniformes, não consideram diferentes realidades!), como professora, concordo plenamente que o ensino público precisa melhorar. Mas um assunto tão importante não pode ser resolvido com um “Acordo de Resultados” simplesmente. E, para mim, todo acordo é “via de mão dupla”, em que todas as partes envolvidas têm tarefas e compromissos a cumprir.

Nessa curta reunião ficou claro qual é o papel da escola, dos professores e da equipe pedagógica, inclusive até já foi elaborado um Plano de Ação por parte da escola, visando alcançar índices melhores e atingir a tal meta, ou seja, melhorar a aprendizagem dos alunos. Esse deve ser e é sempre o nosso compromisso, como escola e como profissionais. Mas, na reunião, não ficou claro qual será a contrapartida do município nesse acordo, pois sabemos que vários fatores internos e externos à escola interferem mais do que desejamos na qualidade da educação.

Para ilustrar, numa das escolas em que trabalho e que fica na zona rural, necessitamos urgente de: sala de vídeo, mais salas de aula, laboratório de Ciências, laboratório de Informática (desativado há quase um ano), cobertura da quadra de esportes, auditório para apresentações culturais e artísticas (hoje as apresentações são feitas no refeitório, espaço que já não comporta os alunos), o retorno dos projetos suspensos pela Secretaria Municipal de Educação, como o Atendimento Educacional Especializado – AEE e o ADA (atendimento ao aluno com dificuldades de aprendizagem).

Outra questão que considero muito importante é a participação da família. Não há transporte para que os pais ou responsáveis venham à escola. Inclusive, esse Acordo também deveria ser discutido com eles. A família também tem seu papel e deve assumir responsabilidades e compromissos com a escola no sentido de somar, visando à aprendizagem de seus filhos.

E, olha que com todas essas carências, ainda conseguimos fazer um bom trabalho, haja vista que, em 2010, tivemos muitos alunos premiados em concursos locais e até em um concurso de nível nacional. Como vemos, o debate sobre a melhoria do ensino público é mesmo urgente e necessário, mas é preciso que o louvável “Acordo de Resultados” seja assinado e cumprido por todas as partes diretamente interessadas em melhores índices: governo, escola, sociedade, pais e alunos.

(*) Professora pública municipal

Publicado no Jornal Correio, Ponto de Vista, p. A2, 18/04/11.

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