Hot-air balloon festivals

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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

@ Trote e habilidades sociais

Por Rosely Sayão (*)

É o processo de socialização que vai determinar o desenvolvimento cognitivo da criança

Nesta época do ano, não há como não reparar nos trotes universitários. Em toda esquina com semáforo próxima a uma faculdade vamos encontrar, invariavelmente, grupos de calouros pintados.

Eles pedem dinheiro aos motoristas, acompanhados de perto pelos olhares dos alunos veteranos.

Alguns desses calouros participam alegremente da brincadeira, mas outros não.

É claro que não são raras as vezes em que podemos perceber que há alguns excessos da parte dos veteranos.

Pintar um ou uma colega pode até ser, de fato, um rito de passagem. Entretanto, atirar ovos, jogar pó de café, mel e farinha nos cabelos das garotas, derrubar potes de tinta no rosto dos rapazes -inclusive nos olhos-, passar a tesoura nas roupas deles não podem ser considerados outra coisa que não abuso.

Por isso, sempre fico envergonhada e constrangida quando cruzo com esses grupos nas esquinas da cidade.

Na semana passada, parei em um cruzamento e um calouro se aproximou de meu carro. Seu rosto estava tão alterado que eu decidi trocar umas palavras com ele, coisa que não costumo fazer.

Perguntei se eu poderia ajudá-lo de alguma outra maneira que não dando dinheiro a ele. O jovem ficou olhando para mim por alguns segundos, em silêncio, e em seguida disse que eu poderia tirá-lo dali.

Confesso que fiquei sem ação, paralisada e impressionada tanto com a expressão facial do garoto quanto com a sua resposta.

O semáforo abriu, precisei andar alguns metros até encontrar um local para estacionar o carro e voltei caminhando até o grupo, em busca de meu interlocutor.

Não consegui mais reconhecê-lo em meio a tantos calouros cobertos de tinta. Até hoje não consigo esquecer do pedido de socorro que ele me enviou e que eu não consegui atender.
Parecia uma criança assustada e sentia-se impotente para sair de uma situação muito difícil e opressiva.

Já vi, muitas vezes, expressões desse tipo estampadas nos rostos de crianças enroscadas em suas crises de birra ou de briga com colegas.

Depois que elas entram nesse tipo de situação, é muito difícil saírem delas sem a ajuda firme e serena de um adulto. Mas, além de conter situações desse tipo, os adultos precisariam fazer mais: ensiná-las a conviver, a desenvolver aquilo que chamamos de habilidades sociais.

Em tempos das chamadas redes sociais, que são contextos virtuais muito próximos dos mais novos, inclusive de crianças, tem sido bem difícil tanto para pais quanto para professores ter a compreensão da importância desse aspecto da educação.

Mais difícil ainda tem sido entender o quanto tal desenvolvimento influencia o crescimento intelectual e emocional dos mais novos. Temos tentado estimular o aprendizado cognitivo das crianças desde que elas são bem pequenas, mas temos dado pouca atenção ao seu processo de socialização. E é esse último que determina o maior ou menor desenvolvimento do primeiro.

O calouro que se sentia humilhado e impotente para sair da situação em que fora colocado por seus pares faz parte de uma geração que tem se socializado praticamente sozinha, sem grande ajuda de nossa parte. Sua reação e a atitude de seus pares mostram a falta que faz a nossa presença nesse processo. Isso é um alerta que deve promover nossa reflexão.

A Unesco, em seu documento a respeito da Educação para o século 21, aponta o que chamou de "Quatro Pilares" como os conceitos definidores do desenvolvimento humano. São eles: "Aprender a ser, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a conhecer".

São conceitos interligados, por isso precisamos dar atenção especial aos ensinamentos de como ser e de como conviver. Sem eles, não há conhecimento cognitivo que sirva para alguma coisa.

(*) Publicado no jornal "Folha de S.Paulo, em 22/02/11.

@ Desemprego

Jovens são os que mais sofrem com desemprego

Estudo do Ipea mostra percepção dos brasileiros sobre mercado de trabalho e qualificação profissional

leia na íntegra

Leia a íntegra do SIPS sobre Trabalho e renda

Veja os gráficos da apresentação sobre Trabalho e renda

@ Percepção

Ipea mede a percepção social sobre educação

leia na íntegra

Leia na íntegra o Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) sobre "educação"

Veja os gráficos da apresentação do SIPS sobre "educação"

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

@ Moção de Repúdio

MOÇÃO DE REPÚDIO DOS ALUNOS DAS ESCOLAS PÚBLICAS CONTRA AS AÇÕES IMPETRADAS PELOS ALUNOS DA REDE PRIVADA E CONSEQUENTES LIMINARES CONCEDIDAS PELO JUDICIÁRIO PARA GARANTIR A PARTICIPAÇÃO DESTES ALUNOS NO PAAES

Nós, alunos da rede pública, pais, professores e demais interessados no cumprimento do Edital PAAES da Universidade Federal de Uberlândia, reunidos no dia 13 de fevereiro de 2011, decidimos apresentar este documento como moção de REPÚDIO às liminares deferidas que, por força de mandado de segurança, autorizaram alunos das escolas particulares a participarem do processo seletivo desde a inscrição até a realização da matrícula dos aprovados para os cursos de graduação da UFU no Programa de Ação Afirmativa para ingresso no Ensino Superior.

Consta no item 1.3 desse edital que “A inscrição do PAAES/Subprograma 2010/2013 (1ª Etapa), a renovação ou inscrição no PAAES/Subprograma 2009/2012 (2ª Etapa) e a renovação no PAAES/Subprograma 2008/2011 (3ª Etapa) serão destinadas exclusivamente aos candidatos que tenham cursado, na rede pública, os últimos quatro anos do Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio Regular.” No entanto, o que temos visto desde a primeira edição desse Programa é que os alunos da rede privada têm ganhado na justiça o direito de concorrer em pé de igualdade com os alunos da rede pública às vagas disponibilizadas para esse programa de ação afirmativa.

É válido ressaltar que nós, alunos da rede pública, não estamos concorrendo em condições de igualdade com os outros alunos, pois é notória a situação precária em que se encontram as nossas escolas públicas de ensino médio, o pouco investimento do Estado em instalações, infraestrutura física e modernização de ferramentas de aprendizagem. Os professores que nos dão aula fazem o que podem, dentro das condições de trabalho a que são submetidos, mas sabemos que é muito pouco se comparado com a estrutura e a aparelhagem das escolas particulares de Uberlândia e região.

Assim, queremos reforçar a ideia de que não há igualdade onde duas situações são extremamente desiguais, na medida em que o constitucionalmente garantido princípio da isonomia (art. 5º, CF/88) consiste em dar tratamento igual aos que estão em igualdade e desigual aos que estão em desigualdade; sendo assim, visível é que possibilitar a concorrência paralela entre alunos da rede pública e privada significa afronta direta ao referido princípio.

No item 3.10 desse edital, lemos o seguinte: “O simples ato de inscrição para o PAAES obriga o candidato a observar as normas contidas neste Edital, no Manual do Candidato, no Regimento Geral da UFU, constituindo aceitação expressa e plena de todo o regulamento pertinente ao Processo Seletivo.” Com isso, queremos deixar claro que não concordamos com as liminares que vêm sendo deferidas pela Justiça porque acreditamos que estão burlando as normas e regras tanto do Edital PAAES quanto da Resolução nº 20/2008 do Conselho Universitário da Universidade Federal de Uberlândia.

O Art. 2º da Resolução do Consun afirma, claramente, que o PAAES se constitui em um programa de políticas e ações institucionais voltadas principalmente para “combater a auto-exclusão” dos alunos da rede pública que se veem fora do mercado de qualificação profissional por não terem condições de lograr êxito nos processos seletivos, tais como no vestibular, e, por isso, se veem excluídos socialmente e sem acesso ao conhecimento acadêmico, engrossando a fila de desemprego, subemprego e vulneráveis a outras situações de risco, tais como o envolvimento com drogas e com a violência.

É importante ressaltar, ainda, que alguns alunos da rede privada, conscientes das regras explícitas no Edital, e valendo-se do comportamento ético esperado de todos os outros estudantes, sequer realizaram a inscrição neste processo seletivo seriado, o que torna mais injusta a concessão do benefício via liminar àqueles que desprezaram os ditames do Edital.

Resta-nos dizer que as ações afirmativas têm sido efetivamente colocadas em prática em todas as unidades federativas e encontram ressonância nas instâncias judiciais superiores e, em especial, no TRF 1ª Região que reconhece a legalidade do PAAES. Quanto à constitucionalidade, enquanto este programa de ação afirmativa não for julgado inconstitucional, presume-se a sua constitucionalidade.

Diante desse quadro, vimos a público repudiar os encaminhamentos que têm sido dados pelo judiciário à questão e requerer à Universidade Federal de Uberlândia que sejam tomadas medidas administrativas de modo que os alunos das escolas públicas não sejam meros espectadores do PAAES, mas seus legítimos protagonistas.

Buscamos demonstrar por meio desta moção a necessidade de intensa mobilização social, visando uma medida urgente por parte da Universidade Federal de Uberlândia, de modo que se cumpra fielmente o disposto no Edital.

Pedimos apoio na divulgação desta moção e na luta dos alunos das escolas públicas para fazer valer seus direitos de acordo com o Edital PAAES e a Resolução CONSUN nº 20/2008.

Uberlândia, 13 de fevereiro de 2011.

GRUPO DE PAIS, ALUNOS E PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

@ Rios Voadores

"[...] Além da capital da República, Santa Maria (RS), Chapecó (SC), Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG) fazem parte do projeto educacional que será desenvolvido neste ano pelo casal, a fim de levar conhecimento para as escolas a respeito das pesquisas e descobertas feitas em anos trabalho. Nestas cidades, será oferecido aos professores um treinamento sobre o tema dos Rios Voadores. Uma vez capacitados, ensinarão aos alunos a respeito do fenômeno que passa despercebido no céu e que acontece frequentemente sem chamar atenção."

* Projeto defende importância da preservação da água

A importância dos recursos hídricos é o foco da Expedição Rios Voadores. O projeto é desenvolvido em Brasília por Margi e Gérard Moss, um casal naturalizado brasileiro, que mora na cidade etrabalha com foco na questão da água. Nele, um avião adaptado acompanha a trajetória dos ventos para coletar amostras do vapor d'água sendo transportado pelas massas de ar, a fim de avaliar a qualidade da água no Brasil.

leia na íntegra

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

@ Retornos políticos

Baixo retorno político

Agência FAPESP – Na avaliação do senso comum, educação e politização andam de mãos dadas. Para a elite brasileira – de acordo com pesquisas de opinião –, oaumento da escolaridade da população tem o poder de gerar cidadãos que participam mais da vida política do país e que valorizam mais a democracia. Mas um novo estudo mostra que essa visão não corresponde à realidade.

A pesquisa de doutorado de Rogério Schlegel defendida no Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), utilizou análises estatísticas para interpretar os dados de pesquisas de opinião realizadas entre 1989 e 2006. O trabalho concluiu que a educação brasileira está trazendo ganhos decrescentes em termos políticos.

“O estudo mostrou que os cidadãos mais escolarizados já não se tornam tão participativos e democráticos como ocorria há duas décadas. O maior nível de escolaridade ainda diferencia os cidadãos, mas essa diferença encolheu muito em 20 anos – isto é, os retornos políticos da educação têm sido decrescentes no Brasil. Em alguns quesitos de participação e apoio à democracia, a diferença entre os mais e os menos escolarizados chega a ser inexistente”, disse Schlegel à Agência FAPESP.

A pesquisa de Schlegel foi orientada pelo professor José Álvaro Moisés, daFFLCH-USP, e integra o Projeto Temático "A Desconfiança do Cidadão nas Instituições Democráticas", coordenado por Moisés e financiado pela FAPESP.

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# Tese de Doutorado: "Educação e comportamento político. Os retornos políticos decrescentes da escolarização brasileira recente"

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