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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

@ Alfabetização

O custo da alfabetização

Por Fernando Reinach

A leitura e a escrita são invenções recentes na história do Homo sapiens. Faz menos de 7 mil anos que a escrita foi inventada. Parece muito, mas 7 mil anos é nada do ponto de vista evolutivo. Significa que provavelmente a atividade de ler e escrever utiliza habilidades que já existiam em nosso cérebro muito antes de a inventarmos. O mesmo ocorre com o ato de tocar piano, uma atividade relativamente recente, mas que somos capazes de aprender porque, muito antes de o primeiro piano ser construído, nosso cérebro já era capaz de controlar com precisão o movimento dos dedos e integrar esse movimento com nossa capacidade auditiva.

Quando uma nova atividade utiliza parte de nossa capacidade cerebral, duas coisas podem ocorrer. A primeira é que essa nova atividade integra diversas áreas do cérebro, melhorando outras atividades. Isso foi demonstrado em ratos treinados para se localizarem em labirintos. Eles melhoram sua capacidade de orientação quando soltos em ambientes complexos. Outra possibilidade é que a nova atividade, ao desviar para uma nova função parte de nossa capacidade cerebral, prejudica outras atividades. É o que ocorre com os grandes pianistas, nos quais a área do cérebro responsável pelo controle dos dedos aumenta e invade áreas vizinhas, que controlam outros músculos.

Um grupo de cientistas, que inclui dois brasileiros da Universidade de Brasília, resolveu estudar as consequências da alfabetização no funcionamento do cérebro. Sessenta e três pessoas, dividas em três grupos, foram estudadas: adultos analfabetos (10), que aprenderam a ler na idade adulta (22) e alfabetizados na infância (31). Cada grupo foi submetido a testes de leitura. Como esperado, os analfabetos acertaram 0% das palavras, os alfabetizados na idade adulta, entre 60 e 90%, e os alfabetizados quando crianças, mais de 95%.

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