Como não perder os Guimarães Rosa da infância
Um dia, o neto do educador Severino Antonio o puxou para fora de casa. Queria se deitar no chão de braços abertos para ver o céu estrelado. Intrigado com o que via, virou-se para o avô e perguntou: “Quem é a peixa mãe de todas as estrelas?”. Se o céu é um mar, o menino estava mais do que certo de ter essa dúvida. “Isso é Guimarães Rosa puro”, emociona-se o avô. “Nas minhas aulas, pego frases ditas por crianças e atribuo a um grande autor. Ninguém duvida que eu esteja falando a verdade”, diz ele, que é professor de redação e leitura, literatura, poesia e lança amanhã o livro Uma Pedagogia Poética para as Crianças, uma publicação escrita em parceria com a também educadora Katia Tavares, que tenta trazer ao debate a necessidade de se adotar uma abordagem de educação que preserve a natureza das crianças e as prepare para o que vão encontrar na vida real. Confira.
Para o professor, essa nova abordagem não é fácil nem existe uma receita de bolo para ela. Mas cita exemplos de formas de estabelecer conexões com os pequenos que podem fazer com que a criatividade não se perca. Confira, a seguir, algumas sugestões de práticas.
1. Conversar com crianças, desdobrar as metáforas que elas criam;
2. Motivar que elas façam descobertas no mundo; curiosidade é algo muito natural aos pequenos;
3. Permitir que as crianças pensem por imagem, em vez de obrigá-las a absorver modelos prontos e definições descontextualizadas;
4. Estimulá-las a partir de exercícios de comparação, para desenvolver sua capacidade analógica;
5. Fazer o exercício criativo do estranhamento, em que se descreve uma coisa sem dizer o que é nem para que serve.
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